BEM VINDO AO HORROR EXTREMO!!!!
A história gira em torno de Maxwell Seed (Will Sanderson, figurinha recorrente nos filmes do diretor Uwe Boll), um assassino grandalhão desfigurado daqueles bem sádicos – a forma com que Boll opta por revelar isso ao espectador é abrindo o filme com o nosso antagonista assistindo a algumas cenas reais de crueldade animal, cedidas pela associação de proteção aos animais PETA (People for the Ethical Treatment of Animals), o que já é estranho, pois são cenas totalmente fora de contexto, destoando do roteiro e estão lá apenas para chocar o público mais sensível. Realmente são cenas fortes com certo cunho apelativo, contudo nada muito mais hediondo do que a tartaruga destroçada de Cannibal Holocaust.
Então o filme prossegue com a exibição passo a passo da execução de um coitado qualquer na cadeira elétrica que morre já na primeira tentativa, mas esqueçam, pois esta cena não tem propósito algum além de um exercício de efeitos especiais e de revelar que o “carrasco” (Michael Eklund, de 88 Minutos) está ficando neurótico com sua atividade.
Na cena seguinte porém, desta vez sai algo mais interessante. Em um ônibus está um punhado de figurantes, uma mãe e seu bebê, um homem e Seed. O homem reconhece Seed como sendo um serial killer, contudo seus repetidos apelos são ignorados pelos passageiros. Seed se levanta, pega o bebê das mãos da mulher e o atira de cabeça contra o pilar do ônibus, o homem grita e esperneia em desespero, mas não consegue se levantar e em seguida acorda assustado em sua cama. Este homem é o detetive Matt Bishop (Michael Pare)responsável pelas investigações que procuram pelo assassino.
É neste momento que ficamos sabendo mais sobre as origens do antagonista e porque ele é tão odiado: Seed ficou com o rosto destruído devido a um incêndio causado por um acidente de carro quando era criança, motivo pelo qual nunca se separou da velha máscara a lá Leatherface e, por motivos ignorados pela história, (ainda que o roteiro de Boll clame que sua origem seja real) virou uma máquina de matar. A contagem terminou em 666 assassinatos(!) entre os anos de 1973 e 1979 (ou seja, um a cada 3 dias… Sem folga), até ser preso…mas não pára por aí, Seed por algum motivo mórbido tinha o hábito de manter suas vitimas (humanas e animais) em cativeiro e filmar tudo com sua câmera VHS enquanto elas eram decompostas pelos vermes, em altíssima velocidade, cabe dizer. Por causa de uma destas fitas, os policiais descobrem o esconderijo de Seed no meio do mato.
O detetive Bishop achou por bem levar duas viaturas com um punhadinho de policiais sem retaguarda… Pois é, nem preciso dizer que TODOS foram massacrados violentamente por Seed com direito a uma singela “homenagem” a Psicose, todavia como Bishop estava “virado pra lua” naquela noite, consegue ser o último homem vivo e prende Seed na maior moleza, sem o bandido oferecer resistência.
Seed é mantido preso com capuz e tudo e, enquanto aguarda seu fatídico destino na cadeira elétrica, ainda causa confusão matando três guardas bichas que tentaram “currá-lo” em sua cela numa pequena cena bem feita e bem violenta.
É chegada a hora da execução. Após três tentativas, com o sangue saindo pelos olhos, ele ainda continua vivo. O carrasco, Warden Wright, e o médico concordam em anunciar a morte do prisioneiro, enterrando-o. Depois de morder e cavar seu caminho para a superfície, Seed inicia seu sangrento plano de vingança. No retorno do assassino padecem todos os guardiões de seu “segredo” de morte MENOS, claro, Bishop, que leva mais de seis meses para reencontrar o maníaco, o que irá somar mais de 80 novos corpos em seu currículo.
Uwe Boll nunca havia dirigido um filme de assassinos em série antes.
Os destaques positivos ficam para o elevado nível de violência e os efeitos especiais que na maioria das vezes consegue balancear os efeitos “clássicos” e CGI sem parecer tosco, mas não posso afirmar até que ponto esta é uma qualidade que deve ser atribuída ao próprio Boll ou se trata da influência de Olaf Ittenbach, que também foi o responsável pelos efeitos e cujas produções próprias têm nestes dois pilares seus principais méritos.
Na melhor cena do filme, onde uma senhora é amarrada numa cadeira e Seed aos poucos vai tirando a vida dela com um martelo de carne – ele começa batendo devagar e gradativamente vai aumentando a força até que a mulher fique totalmente irreconhecível. Seria impecável não fosse esta sequência gratuita se arrastar por quase 5 minutos até que estejamos cansados de ver tanto sangue saindo da cabeça da senhora e respingando nas cortinas e paredes da sala.
O final é quase sempre um clichê em filmes de serial killer, o assassino é morto por um policial que sempre aparece no lugar e na hora certa ou por um bom moço metido a herói, exemplo em como Sexta-Feira 13 e Halloween os assassinos sempre ressuscitam no filme seguinte. Mas nesses filmes é bem diferente (outro ponto positivo), aqui a coisa é bem mais intensa.
Assistam que vale a pena!!!!!!